domingo, 28 de agosto de 2016

Mistérios Sombrios do Vaticano. Paul Jeffers. «… depois de ter sobrevivido a invasões bárbaras, perseguições, inúmeras pragas e cismas ocasionais, o papado agora enfrenta um problema da era moderna: um profundo aperto financeiro»

jdact e wikipedia

Os Tesouros do Vaticano
«(…) Centro geográfico da Igreja Católica Romana, o Vaticano possui algumas das mais preciosas obras de arte do mundo, e muitos acreditam que seja a organização mais rica do planeta. Num livro sobre os tesouros do Vaticano, The Vatican Billions (Os bilhões do Vaticano), Avro Manhattan observou que a Igreja Católica é o maior poder financeiro, maior acumuladora de riquezas e a maior proprietária de terras actualmente. Possui mais riquezas materiais do que qualquer outra instituição, corporação, banco, truste gigantesco, governo ou estado do mundo inteiro. O papa, como governante desse imenso acúmulo de riquezas, é, consequentemente, o indivíduo mais rico do século XX. Ninguém tem condições de dizer precisamente quanto ele vale em termos de bilhões de dólares. Segundo o autor, a Santa Sé tinha grandes investimentos com os Rothschild na Inglaterra, França e Estados Unidos, e no Hambros Bank e Credit Suisse em Londres e Zurique. Nos Estados Unidos, tem holdings com o Morgan Bank, Chase-Manhattan Bank, First National Bank of New York, Bankers Trust Company e outros. Entre seus investimentos estão bilhões de acções das mais poderosas corporações internacionais, como Gulf Oil, Shell, General Motors, General Electric, IBM e outras. Segundo uma estimativa conservadora, a quantidade de investimentos é superior a 500 milhões de dólares só nos Estados Unidos. Num comunicado publicado recentemente, a rquidiocese de Boston declarou activos no valor de US$ 635.891.004, o que representava 9,9 vezes o seu passivo. Com isso restava um património líquido de US$ 571.704.953. Não é difícil descobrir a riqueza absolutamente impressionante da igreja, disse Manhattan, quando somamos as riquezas das vinte e oito arquidioceses e 122 dioceses nos Estados Unidos, algumas das quais são ainda mais ricas que a de Boston. Pode-se ter uma ideia das propriedades e outras formas de riqueza controladas pela Igreja Católica pela declaração de um membro da Conferência Católica de Nova Iorque, segundo a qual sua igreja provavelmente só perde para o governo dos Estados Unidos no volume de compras anuais.
Essas estatísticas indicavam que a Igreja Católica Romana, uma vez calculados todos os activos, era o corrector mais incrível do mundo. A Santa Sé, independentemente do papa que estivesse ocupando o cargo, foi se voltando cada vez mais para os Estados Unidos. Um artigo do Wall Street Journal disse que os negócios financeiros do Vaticano só nos Estados Unidos eram tão grandes, que frequentemente envolviam a compra ou venda de ouro em lotes de um milhão de dólares ou mais de cada vez. Segundo a United Nations World Magazine, o tesouro do Vaticano chegava a vários bilhões de dólares em ouro. Boa parte dele estava armazenada em lingotes no Federal Reserve Bank dos Estados Unidos, e o restante em bancos da Suíça e Inglaterra. A riqueza do Vaticano apenas nos Estados Unidos era maior do que a das cinco corporações mais ricas do país. Mas, em 1987, a revista Fortune noticiou que apesar de todo o seu esplendor, o Vaticano está praticamente falido. O artigo dizia: depois de ter sobrevivido a invasões bárbaras, perseguições, inúmeras pragas e cismas ocasionais, o papado agora enfrenta um problema da era moderna: um profundo aperto financeiro. Os custos da burocracia crescente do Vaticano superam em muito os seus recursos. No ano anterior, a Santa Sé captou 57,3 milhões de dólares de fontes tão diversas quanto taxas de cerimónias; receitas de publicações, anúncios em jornais e vendas de videocassetes; e modestos ganhos de investimento de 18 milhões de dólares. Com investimentos da ordem de 500 milhões de dólares, o Vaticano controlou menos recursos financeiros do que muitas universidades norte-americanas. Na Primavera de 2008, o Vaticano informou que seus contabilistas haviam registado uma perda em suas contas anuais pela primeira vez em quatro anos. O relatório dizia que a Santa Sé perdera quase 10 milhões de euros depois de investir em dólares antes da queda acentuada da moeda norte-americana em relação ao euro. E o buraco no orçamento teria sido ainda pior, disse uma fonte, se a Igreja não tivesse elevado os contratos das suas propriedades em Roma, sobre as quais não paga impostos ao estado italiano.
Os aumentos nos contratos teriam provocado grande polémica em Roma, pois a Igreja teria ameaçado despejar os inquilinos que não pagassem. O prejuízo também foi atribuído ao péssimo desempenho dos meios de comunicação do Vaticano, incluindo um jornal e uma estação de rádio, que haviam perdido aproximadamente 15 milhões de euros no ano anterior. Em 2007, o Vaticano reportou uma receita geral de 236,7 milhões de euros, enquanto as despesas totalizaram 245,8 milhões de euros. Boa parte da receita do Vaticano vem de doações de membros da Igreja em todo o mundo. Os católicos norte-americanos contribuem com cerca de 80 milhões de dólares. Especialistas avaliaram que a riqueza total do Vaticano em 2008 superava os 5 bilhões de euros». In Paul Jeffers, Mistérios Sombrios do Vaticano, 2012, tradução de Elvira Serapicos, Editora Jardim dos Livros, 2013, ISBN 978-856-342-018(7)-3(6).

Cortesia de EJLivros/JDACT