terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A Atlântida. O Continente Perdido. The History Channel. «No entanto, a Estrada de Bimini é uma estrutura que parece construída pedra a pedra, com blocos rectangulares e quadrados, como se seguisse um plano previamente desenhado. … que a ‘Estrada de Bimini’ pode ter sido um quebra-mar»

Cortesia de wikipedia

«(…) De outros lugares considerados míticos, como a Tróia de Homero, concluiu-se terem uma localização real, como Schliemann demonstrou em finas do século XIX. Descobriu a verdadeira Tróia e cinco níveis de construção com milhares de anos de antiguidade. Claro que todos troçaram dele e o criticaram, mas no final demonstrou que tinha razão, assinala o antropólogo Erikson, autor da obra Atlantis in America. Poderia ser este o caso da Atlântida? Nos seus escritos, e embora possa tratar-se de um velho truque literário, Platão sublinhou que o seu relato era verdadeiro, que não era ficção. Depois da condenação à morte do seu mestre Sócrates, Platão abandonou Atenas. Não se conhece com precisão por onde andou, mas é muito provável que tenha ido para o Egipto pois que a cultura deste país exercia uma enorme atracção nos gregos. É possível que ali tenha ouvido o relato da Atlântida, como história ou como mito, pelo que então não se trataria propriamente de uma invenção sua. Por outro lado, a forma como Platão afasta de si a fonte, um velho sacerdote egípcio que conta a história a uma personalidade histórica do passado como Sólon, que a conta ao avô de Crítias, que com a provecta idade de noventa anos a conta ao seu neto, que a conta a Sócrates já morto quando Platão escreve, indica uma pretensão de distanciamento a respeito da história que está a contar... Embora também se possa interpretar ao contrário, como um recurso para dar credibilidade à história que se relata, pondo-a na boca de prestigiados transmissores antigos como Sólon.

Em busca de uma civilização lendária
Os investigadores que tomam os relatos de Platão à letra afirmam que o que seria mais lógico era procurar na Grécia e na área mediterrânea, onde o filósofo viveu entre 428 e 347 a. C.. Todavia, um grupo importante de cientistas centrou a sua atenção no corredor caribenho do Iucatão, seguindo a pista dada por Platão de que a Atlântida se situava no oceano Atlântico. Os cientistas Greg e Lora Little formam um dos grupos que tentam encontrar vestígios arqueológicos do continente perdido, segundo eles, afundado na América, exactamente nas Baamas. Já há quase quarenta anos que este casal, ambos psicólogos e escritores, exploram a zona em busca de vestígios dos atlantes. Até ao momento, o indício que mais se aproxima daquela realidade é a chamada Estrada de Bimini, uma formação rochosa com 480 metros de comprimento, que se encontra debaixo do mar na costa da ilha do mesmo nome. Descoberta em 1968 por um piloto, foi analisada nos anos sessenta por um geólogo que, depois de colher amostras das rochas concluiu , para decepção dos pesquisadores da Atlântida, tratar-se apenas de rochas naturais. No entanto, a Estrada de Bimini é uma estrutura que parece construída pedra a pedra, com blocos rectangulares e quadrados, como se seguisse um plano previamente desenhado. Os citados cientistas pensam que a Estrada de Bimini pode ter sido um quebra-mar que fechava um porto da capital, Poseidópolis, onde os atlantes atracavam os barcos no intervalo das suas viagens pelo mundo.
Além das rochas de Bimini, os exploradores fizeram várias descobertas nas Baamas: colunas de mármore, blocos de rocha semelhantes aos de Stonehenge e ruínas de muros, assim como formações submarinas, com 150 a 300 metros de diâmetro, geométricas ou formando letras. O casal Little também se interessou por uma destas formações, mas quando começaram a estudá-la descobriram que não passava de um conjunto de algas e de esponjas, pasto de tartarugas...» In The History Channel, Los Grandes Misterios de la Historia, Randon House Mondadori, 2008, A Atlântida, O Continente Perdido, tradução de Maria Irene Carvalho, Clube do Autor, Lisboa, 2010, ISBN 978-989-845-206-1.

Cortesia de CdoAutor/JDACT