sábado, 22 de fevereiro de 2014

A Primeira Cruzada. Contexto Histórico. Carlos Navarro. Karen Worfihs. «As Cruzadas começaram formalmente no dia 27 de Novembro de 1095, num descampado a extras muros da cidade francesa de Clermont-Ferrand. Nesse dia, o papa Urbano II proferiu uma homilia a uma multidão de bispos e de clérigos, que assistiam a um concílio»

Cortesia de wikipedia

«Cruzadas. Expedições militares realizadas pelos cristãos da Europa ocidental, normalmente a pedido do papa, que começaram em 1095 e cujo objectivo era recuperar Jerusalém e outros lugares de peregrinação na Palestina, no território conhecido pelos cristãos como Terra Santa, que estava sobre o controle dos muçulmanos. Os historiadores não chegaram a um acordo a respeito da sua finalização, e têm proposto datas que vão desde 1270 até inclusive 1798, quando Napoleão I conquistou Malta aos Cavaleiros Hospitalários de São João de Jerusalém, uma ordem militar estabelecida nessa ilha durante as Cruzadas. O vocábulo cruzada (de cruz, no emblema dos cruzados) se aplicou também, especialmente no século XIII, às guerras contra os povos pagãos, contra os hereges cristãos e contra os inimigos políticos do papado. Por extensão, o termo é usado para descrever qualquer guerra religiosa ou política e, em ocasiões, qualquer movimento político ou moral. Assim, na Espanha, os dirigidos contra o governo republicano em 1936 que denominaram a guerra iniciada por eles mesmos (1936-1939) Cruzados, por considerar que o seu objectivo era vencer o ateísmo.
A origem das Cruzadas está enraizada no cataclismo político que resultou da expansão dos Selêucidas no Oriente Médio em meados do século XI. A conquista da Síria e da Palestina levada a cabo pelos Selêucidas islâmicos causou alarme aos cristãos do ocidente. Outros invasores turcos também penetraram profundamente no Império cristão bizantino e puseram os gregos, sírios e arménios cristãos debaixo de sua soberania. As Cruzadas foram, em parte, uma reacção a todos estes sucessos. Também foi o resultado da ambição de alguns papas que buscaram ampliar o seu poder político e religioso. Os exércitos cruzados foram, em certo sentido, o braço armado da política papal. Num esforço por entender porque os cruzados as levaram a cabo, os historiadores têm apontado como razões o dramático crescimento da população europeia e a actividade comercial entre os séculos XII e XIV. As Cruzadas, portanto, se explicam como o meio de encontrar um amplo espaço onde acomodar parte dessa população em crescimento; e como o meio de dar saída aos projectos ambiciosos de nobres e cavaleiros, ávidos de terras. As expedições ofereciam, como foram assinaladas, ricas oportunidades comerciais aos mercadores das pujantes cidades do ocidente, particularmente as cidades italianas de Génova, Pisa e Veneza.
Já que estas explicações acerca das Cruzadas talvez sejam válidas, os avanços na investigação sobre o tema indicam que os cruzados no pensaram encontrar-se com os perigos de enfermidades, as longas marchas terrestres e a possibilidade de morrer em combate em terras estranhas. As famílias que ficaram na Europa tiveram que combater em muitas ocasiões durante longos períodos de tempo para manter as suas terras e suas possessões. A ideia de que os cruzados obtiveram grandes riquezas é cada vez mais difícil de justificar; a Cruzada foi um assunto extremadamente caro para um cavaleiro que tivesse o propósito de lutar no Oriente custeando a si mesmo a expedição, já que provavelmente supunha um gasto equivalente a quatro vezes a sua renda anual. Todavia, apesar de ser uma aventura perigosa, cara e que não dava benefícios, as Cruzadas tiveram um amplo atractivo para a sociedade contemporânea. A sua popularidade se solidificou na compreensão da sociedade que apoiou este fenómeno. Era uma sociedade de crentes, e muitos cruzados estavam convencidos de que as suas participações na luta contra os infiéis lhes garantiriam a salvação espiritual. Também era uma sociedade militarista, já que as esperanças e as ambições estavam associadas com façanhas militares.

A Primeira Cruzada
As Cruzadas começaram formalmente no dia 27 de Novembro de 1095, num descampado a extras muros da cidade francesa de Clermont-Ferrand. Nesse dia, o papa Urbano II proferiu ima homilia a uma multidão de bispos e de clérigos, que assistiam a um concílio da Igreja nessa cidade. No seu sermão, o papa esboçou um plano para uma Cruzada e pediu aos seus ouvintes para se unirem a ela. A resposta foi positiva e assustadora. Urbano II encarregou os bispos assistentes ao concílio para que ao voltarem aos seus bispados recrutassem mais fiéis para a Cruzada. Também desenhou uma estratégia básica segundo a qual distintos grupos de cruzados iniciariam a viajem em Agosto do ano de 1096. Cada grupo se autofinanciaria e seria responsável ante seu próprio chefe. Os grupos fariam a viagem separada até à capital bizantina, Constantinopla (a actual Istambul, na Turquia), onde se reagrupariam. Dali lançaria um contra-ataque, junto com o imperador bizantino e o seu exército, contra os Selêucidas, que haviam conquistado Anatólia. Uma vez que essa região estivera sobre controle cristão, os cruzados realizariam uma campanha contra os muçulmanos da Síria e da Palestina, sendo Jerusalém o seu objectivo fundamental». In Carlos Navarro, Karen Worfihs, A Primeira Cruzada, Contexto Histórico, Wikipédia.

Cortesia de wikipedia/JDACT