sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Rito Escocês Antigo e Aceito. Loja de Perfeição. Rizzardo da Camino. «Ademais, o assunto “Maçonaria” não encontra maior interesse entre os não maçons e assim o ‘vulgo profano’ não tem acesso aos ‘sigilos’, às partes preservadas e aos ‘segredos’»

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Apresentação
«A Maçonaria deixou de ser uma sociedade secreta para apresentar-se como uma Instituição Civil devidamente registada nos Livros do Cartório competente, obtendo, assim, uma personalidade jurídica, sujeita às leis do país onde funciona. Apesar da evolução em todos os sentidos, observada na Instituição, ela conserva os princípios fundamentais promulgados nas sucessivas Constituições, a partir de 1717, compiladas em 1723 por James Anderson, personagem que viveu entre 1680 a 1739; essas Constituições foram publicadas em 1723 e 1738 e precederam os Manuscritos. Esses, eram compilados como manuscritos, apesar de já existir a tipografia e foram em grande número a partir do Poema Regius de 1390.
Os Manuscritos são conhecidos como as Old Charges e constituem a base moderna da Maçonaria. O escritor Assis de Carvalho relacionou a maioria deles, o que nos dá uma ideia da riqueza dessa literatura, infelizmente, desconhecida pela maioria dos maçons não tanto pelo desinteresse individual, mas pela escassez de literatura; Assis refere a existência de mais de 140, o que constitui uma verdadeira biblioteca. As Constituições de Anderson surgiram após os Manuscritos de Papwort, Roberts, Macnab e Hardon (entre 1714 a 1723) e tiveram grande divulgação; até hoje, é fácil encontrá-las, vez que são traduzidas por muitos Autores e inseridas em Manuais e Constituições de cada Grande Loja.
O curioso desses Manuscritos e das Constituições é a ausência de uma definição sobre o que seja a Maçonaria. Dizem respeito, mais, sobre o comportamento maçónico, moral e social dos Adeptos. Paralelamente a esses Manuscritos e sucessivas Constituições, surgiram os Ritos. Dentre mais de 200 Ritos, posto em uso, apenas alguns, no Brasil o Rito Escocês Antigo e Aceito, teve a preferência. Face a isso, julgamos apropriado, apresentar um trabalho que envolvesse todos os 33 Graus do referido Rito. Poucos são os autores que nos brindaram com comentários ritualísticos completos; desconhecemos a existência de algum livro que apresentasse todo o Rito. Somos os que escreverem já, sobre todos os Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, porém fizemo-lo em oito partes separadas, sem a continuidade necessária para uma observação genérica e panorâmica de todo o Rito.
Resultou um trabalho restrito e conciso; como o fizemos, cada Grau presta-se a uma longa dissertação, o que resulta cansativo; num só volume resulta cómodo e de fácil manuseio; procuramos registar os pontos fundamentais, com a preocupação de evitar comentar a respeito das palavras de passe e dos elementos sigilosos.
Nada impediria explanarmos com toda amplitude, os mínimos detalhes; no entanto, certos elementos são privativos de cada Grau e esse privacidade tem o escopo de evitar profanação. A Maçonaria, Usos e Costumes e Ritos e Rituais de Francisco Assis Carvalho. Certa reserva é conveniente para manter uma unidade preservada aos adeptos, posto, sendo as palavras em hebraico de difícil interpretação, poucos consigam memorizá-las. Ademais, o assunto Maçonaria não encontra maior interesse entre os não maçons e assim o vulgo profano não tem acesso aos sigilos, às partes preservadas e aos segredos. Contudo, nem todos apresentam o mesmo escrúpulo e, com extrema facilidade, atiram as pérolas aos que possivelmente, as possam pisotear.
A nossa preocupação é manter os princípios e filamentos filosóficos que podem resumirem-se na crença a Deus e no amor fraterno. Esse binómio conduz à conquista de uma série de virtudes. A crença em Deus, instituído por nós como Grande Arquiteto do Universo, não significa o surgimento de uma religião. Sabemos, perfeitamente, o que seja religião: a religação entre Deus o a criatura humana; porém, através de um caminho pleno de dogmas e revelações particulares de pessoas predestinadas que se arvoram em Mensageiros directos causando uma avalanche de expressões que diferem entre si, embora com a proclamação de exclusiva verdade. A profissão de fé do maçom é simples: crer na existência de Deus, como divindade, sem a preocupação de detalhar essa crença e sem o afã de um contacto directo, de um diálogo (oração) ou submissão total.
Essa fé é raciocinada; a bondade que emana da Divindade deve ser imitada e assim, o maçom, ama o seu próximo, antes mesmo de amar-se a si próprio. Duas são as partes essenciais: a espiritual que respeita a Deus e a material que se traduz no culto ao amor fraterno. A Maçonaria não apresenta um culto a Deus; ela o tem presente através dos símbolos, sendo o Livro Sagrado, um deles. O amor fraterno, esse, sim, é cultivado, exercitado e positivado». In Rizzardo da Camino, Rito Escocês Antigo e Aceito, Loja de Perfeição (graus 1º ao 33º), Madras Editora, Brasil, ISBN 85-85505-65-6.

A amizade de AM e JCL
Cortesia de Madras/JDACT