quinta-feira, 19 de abril de 2012

Catedral de Idanha-a-Velha. Arquitectura religiosa, visigótica, islâmica românico-gótica e manuelina. «Igreja de planta rectangular com dois eixos ortogonais e justaposição de rectângulos e quadrados, com três naves. Portas em arco quebrado, uma delas com gablete, portas de lintel recto, uma delas com ombreiras almofadadas. Clerestório com vãos em arco pleno. Arcos formeiros ultrapassados. Baptistério de planta cruciforme»


Cortesia de sipa

«Catedral de planta rectangular com dois eixos ortogonais, composta por rectângulo principal ao qual se justapõem, ao lado maior, dois rectângulos e um quadrado. Cobertura diferenciada a duas águas na nave central e a uma água nas naves laterais. Fachada principal voltada a NE., com dois registos, tendo o primeiro porta em arco quebrado e porta de lintel recto e o segundo óculo circular e campanário. Alçado SO. tem, no primeiro registo, duas portas de lintel recto com as ombreiras almofadadas e, superiormente, janelão em arco pleno. Alçado NO. com porta em arco quebrado e rematada por gablete decorado, ladeado por quatro frestas. No nível superior, correspondendo ao clerestório da nave central, sete frestas em arco pleno. Alçado SE. possui janela de lintel recto entaipada e duas frestas, integrando o aparelho dois fustes e inscrição romana. No segundo registo, cinco frestas em arco pleno. Dois baptistérios exteriores, um na entrada S. e outro junto à entrada N.. INTERIOR de três naves, uma das quais truncada. Pavimento em madeira em lajeado de granito, sendo os degraus de acesso revestidos a mármore rosa. Nave central mais larga e elevada do que as laterais, separadas por arcos formeiros ultrapassados, peraltados no lado do Evangelho, assentando em colunas e pilastras. As paredes SE. e NE. apresentam arcadas cegas em alvenaria de tijolo e a parede NE. arco pleno. Impostas em mármore decoradas com palmetas. Arco triunfal em ferradura, assente em impostas salientes. Pavimento lajeado, sendo, na nave central, de madeira. Cobertura de vigamento de madeira. A capela lateral SE. de planta quadrada e cobertura em abóbada de berço, apresenta pintura mural representando São Bartolomeu com o diabo agrilhado aos seus pés, em tons ocre e terra queimada, tendo como envolvimento barra decorativa em tons cinza. A Capela de Nossa Senhora do Rosário, com cobertura em concha, integra na zona superior da parede esgrafito de sabor popular com a data de 1593 gravada e decorada com motivos geométricos, zoomórficos, cruciformes e cabeças de anjo. Vestígios de pintura mural também nos alçados da nave entre as duas capelas e lateralmente à segunda, representando o Calvário, Cruz de Cristo e Santo António. O baptistério encontra-se situado no exterior, com planta cruciforme, apresentando pequenos tanques adjacentes. Cisterna adossado à igreja, à esquerda do portal principal.


Cortesia de sipa

Cronologia
Séc. IV - provável construção da primitiva basílica; 559- 570 - criação do bispado da Egitânia, por Teodemiro, rei dos Suevos. Cerca de 585, edificação da catedral, do baptistério e do hipotético paço; séc. IX / X, transformação em mesquita; séc. XII / XIII, surge uma nova capela-mor, reaproveitando materiais da construção anterior; 1165, doação a Gualdim Pais, Mestre dos Templários, por Afonso Henriques; 1197, doação a Lopo Fernandes, Mestre dos Templários; 1199, transferência da sede episcopal para a Guarda; 1229, doação a Mestre Vicente, Bispo da Guarda; 1244, doação a Martim Martins, Mestre dos Templários; 1326, recebia 500 libras dadas pelo comendador de Rio Frio, a renda do espiritual e temporal da povoação, 100 libras dos comendadores de Almourol e Cardiga e 100 pela renda do espiritual de Proença; 1497, obras de renovação na antiga Catedral por ordem de Manuel I, para o que estipula a quantia de 5 réis por ano; abertura de novos portais; séc. XVI, a igreja encontrava-se já parcialmente enterrada; correcção da orientação do altar-mor, (C. Torres, 1992); 1505, 10 Outubro, visitação de João Pereira e Fr. Francisco, estando a comenda vaga, por morte de Fr. Garcia Afonso; os visitadores constataram a existência de três naves, a da direita com 7 arcos e a da esquerda com 4, surgindo 2 entradas, um portal virado a N., de pedra lavrada e executado recentemente, protegido por alpendre sustentado por colunas de pedra e coberto por telha vã, e um portal mais pequeno a S.; sobre o portal principal, campanário de pedra lavrada, de construção recente, com dois sinos e rematado por grimpa; à esquerda do alpendre, edifício antigo com 5 arcos; a capela-mor era abobadada, totalmente em cantaria, tendo uma mesa de altar assente em coluna, onde surgia a imagem escultórica do orago, Nossa Senhora, surgindo dois altares colaterais de pedra, dedicados a Santo António e a São Sebastião, com esculturas dos oragos e imagens pintadas na parede, surgindo, ainda, as pinturas de Santa Catarina e São Sebastião; 1537, 10 Outubro, visitação de Fr. António Lisboa, referindo a existência de porta travessa com alpendre, apoiado em cinco colunas com a altura de 6 varas; a capela tinha 4 varas de comprido e 3 de largo; o altar-mor encontrava-se deslocado e estava forrado de azulejos, surgindo um retábulo velho com a pintura de Nossa Senhora, encimado por dossel de sarja vermelha; junto à capela, construíra-se a sacristia num arco; altares colaterais com tábuas pintadas com os oragos respectivos; no lado esquerdo do portal principal, a pia baptismal; igreja parcialmente forrada, entrando-se nela descendo quatro degraus; 1589, rasga-se a Capela de Nossa Senhora do Rosário; 1593, abertura da porta S.; séc. XIX, a igreja é transformada em cemitério da localidade, perdendo a sua função cultural; 1893, data na Capela de Nossa Senhora do Rosário; 1955, início da prospecção arqueológica, da responsabilidade de Fernando de Almeida; 1998, 12 Fevereiro, cedência do imóvel ao Instituto Português do Património Arquitectónico; 2006, Fevereiro, fim das obras na zona envolvente da Sé; feitura de uma estrutura metálica em torno dos baptistérios e colocação de estrutura envidraçada para poderem ser visualizados». In Margarida Conceição, Marisa Costa, IGESPAR.

Cortesia de sipa

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