terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

FCG. A Ciência da Natureza. Ciclo de Conferências. Trazer o céu para a terra. «A contemplação do céu e dos astros sempre fascinou a humanidade. Mas quando se quer fazer um estudo mais concreto das posições e dos movimentos das estrelas e dos planetas imediatamente se descobre que isso não é simples: os astros parecem deslocar-se numa superfície esférica...»

Cortesia da fcg

Dia 15 de Fevereiro de 2012, Quarta-feira, 18h00, Auditório 2.
Trazer o céu para a terra”. Henrique Leitão, Universidade de Lisboa

«É de projecção estereográfica que se irá falar nesta conferência, que Henrique Leitão, de História da Ciência da Universidade de Lisboa, deu o título “Trazer o Céu para a Terra”. A verdade é que a Astronomia é talvez a mais antiga ciência matemática da humanidade. “É, pelo menos, a disciplina que primeiramente mostrou o extraordinário poder da matemática para descrever e compreender o mundo, apesar de não ter sido um processo fácil”, afirma Henrique Leitão, que enveredou pelos estudos de História da Ciência depois de alguns anos como investigador científico, ele que foi responsável pela primeira tradução para português de “O Mensageiro das Estrelas” (Sidereus Nuncius), obra seminal de Galileu Galilei, que a Fundação Gulbenkian publicou em 2010.

“Foram precisos muitos séculos para apurar as técnicas matemáticas adequadas desenvolver procedimentos engenhosos que permitissem aos matemáticos e astrónomos estudar na Terra o que se passava nos céus”, explica. E uma dessas técnicas é precisamente a projecção estereográfica, que permite projectar a abóbada celeste num plano e assim estudar os céus numa folha de papel. “Esta projecção tem propriedades matemáticas muito interessantes e está na base de alguns instrumentos, como por exemplo o astrolábio”, adianta ainda Henrique Leitão, sobre a conferência em que irá mostrar como é que a matemática ajudou a trazer o céu para a Terra.

Cortesia da fcg

A contemplação do céu e dos astros sempre fascinou a humanidade. Mas quando se quer fazer um estudo mais concreto das posições e dos movimentos das estrelas e dos planetas imediatamente se descobre que isso não é simples: os astros parecem deslocar-se numa superfície esférica, uma abóbada por cima das nossas cabeças. Para se poder passar da simples contemplação ao estudo sério dos astros foi preciso que os matemáticos concebessem um modo de, na terra, se conseguir estudar rigorosamente o céu. Ou seja, um processo matemático de trazer o céu para a terra.
Com uma regularidade mensal, o ciclo de conferências Matemática: a Ciência da Natureza prolonga-se até ao final de 2012 (com uma pausa no Verão). Em Março, Dinis Pestana, do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa, falará sobre o tema “ter muitas ideias, e a coragem de deitar quase todas fora”. A entrada é livre». In Fundação C. Gulbenkian.

Programa do ciclo de conferências:

Cortesia da FC Gulbenkian/JDACT