sábado, 11 de junho de 2011

Maria Manuel Cid: A Poetisa da Chamusca. A Querida «Mimela» de voz terna e afável. Quando morrer rosas brancas para mim ninguém as corte, se não as tive na vida, para que as quero na morte?

Cortesia de antonioteles

Para ti, guitarra 
Meus versos, pobres versos sem talento,
não têm arte, nem valor, nem garra;
brotaram de repente, no momento
rm que ouvi chorar uma guitarra!

Saem da alma, água cristalina,
duma corrente que caminha à toa,
que rompe a dura face da colina
e fica prisioneira da lagoa...

São versos simples, como simples sou,
sem outro encanto que não seja amar,
singelas frases em que tudo dou...
Ficando triste por tão pouco dar.

Por ti, me fiz assim, como poeta...
E podes crer que me senti feliz;
se guardo no peito uma dor discreta,
para ti, guitarra, os meus versos fiz...
Maria Manuel Cid, in «Poemas»



Talvez que eu parta chorando
Da terra que me criou,
Ou então de quando em quando
Minh'alma volte cantando
Na voz de quem me cantou...

Poemas, Obra Completa de Maria Manuel Cid, Autoria de Maria Manuel Cid, MG Editores, Edição de Maio de 1999, ISBN 972-8471-19-X. Obra adquirida em 1 de Junho de 2000.

JDACT