quarta-feira, 18 de maio de 2011

Paulo A. Loução. Os Templários na formação de Portugal: «Na Idade Média europeia, os cavaleiros do Templo, como organização, foram praticamente os únicos a deter este conhecimento de um fundo esotérico comum a todas as culturas. Este facto tornou-os diferentes e misteriosos, especialmente para quem não compreenda a sua cosmovisão»

Cortesia de esquilo

Um Pouco de História
«As gravuras de Foz Côa vieram lembrar-nos quão antigo é o estabelecimento de núcleos humanos nesta faixa ocidental da Península Ibérica. Há mais de 20 000 anos, já homens imbuídos de sentimentos religiosos deixavam o registo da sua alma nas margens silenciosas do paradisíaco Vale do Côa. Nas imediações do Tejo, na Beira Interior, onde os Templários estiveram fortemente implantados, também o homem pré-histórico deixou a sua marca através de símbolos muito fortes como a espiral.

Milhares de anos depois (segundo a versão oficial, por volta do quarto milénio a. C.), emergiu a civilização megalítica. Contudo, infelizmente, os métodos de datação são estéreis quando se trata de suportes minerais. Mendes Correia afirma que a especificidade dos monumentos megalíticos (menires, antas e cromeleques) em território português, concentrados sobretudo no Alentejo e no Norte do país, demonstra a existência de uma civilização peculiar, neste espaço que hoje é Portugal. Por outro lado, Oliveira Martins dá crédito ao relato de Platão no «Crítias», no qual é descrita a existência da civilização atlante num continente que sofreu um cataclismo há 11 500 anos, tendo sido, assim, submerso pelas águas do oceano Atlântico.

Cortesia de esquilo

O historiador português Oliveira Martins realça que a possível realidade da Atlântida poderá explicar algumas analogias existentes entre os idiomas dos ameríndios e dos iberos, ou seja, poderiam ter-se estabelecido colónias atlantes tanto a ocidente como a oriente do oceano Atlântico. Quanto a nós, a confirmação da existência da antiga civilização atlante, sobre a qual existem inúmeros relatos em tradições de todos os pontos do planeta (segundo parece, os Açores deverão ter constituído os picos desse continente), poderá dar uma nova luz ao enigma das raízes dos antigos povos lusitanos.

Estes povos receberam as invasões de povos de cultura celta no 1º milénio a. C., que se terão fundido com os autóctones. Tem-se discutido muito, no âmbito da antropologia religiosa, sobre as raízes das tradições e cultos portugueses. No início do século, considerava-se as influências germânicas, celtas, indo-europeias, as preponderantes. Hoje em dia, há quem acentue, como Moisés do Espírito Santo, as nossas raízes semitas.

Cortesia de esquilo

Talvez a verdade esteja num equilíbrio entre estas duas visões. se é inegável a influência dos povos semitas da Ásia Menor, como a dos fenícios na toponímia e em cultos religiosos de origem popular; não é, menos verdade que povos de cultura céltica e com características indo-europeias deixaram marcas profundas, sobretudo mais a norte de Portugal. De qualquer forma, é necessário não esquecer que, num passado muito remoto, as culturas semitas da Ásia Menor terão recebido a influência da antiquíssima cultura hindu, ou seja, em última análise, tudo parece provir de uma tradição primordial e universal. A esta realidade se refere, provavelmente, o mito da Torre de Babel do Antigo Testamento. Na Idade Média europeia, os cavaleiros do Templo, como organização, foram praticamente os únicos a deter este conhecimento de um fundo esotérico comum a todas as culturas. Este facto tornou-os diferentes e misteriosos, especialmente para quem não compreenda a sua cosmovisão». In Paulo Alexandre Loução, Os Templários na formação de Portugal, Esquilo, 9ª edição 2004, ISBN 972-97760-8-3.

Cortesia de Ésquilo/JDACT