sábado, 13 de novembro de 2010

A Casa de Bragança: A sua Origem. 1º Duque, D. Afonso I. O primitivo Estado e património dos Bragança formou-se com bens e terras com que dotou a filha o condestável D. Nuno Álvares Pereira. Foi o fundador da Casa de Bragança

As Armas da Sereníssima Casa de Bragança
Cortesia de Dicionário Histórico

O título de duque de Bragança foi um dos mais importantes do reino de Portugal. Desde a ascensão ao trono da Dinastia de Bragança, em 1640, até à Implantação da República, em 1910, o herdeiro da Coroa Portuguesa usou, simultaneamente, o título nobiliárquico de duque de Bragança. De notar que, por tradição e pela importância da Casa de Bragança, os duques têm os seus nomes numerados tal como os reis (ex. D. Teodósio I e D. Teodósio II), mesmo quando a família ainda não era a Casa Real portuguesa.

A Casa de Bragança foi fundada pelo rei D. João I e pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, concorrendo ambos para o seu estabelecimento pelos dotes que o primeiro fez ao seu filho bastardo, que teve de Inês Pires. D. Afonso, o primeiro duque de Bragança, e o segundo à sua filha D. Beatriz Pereira Alvim, pelo casamento de ambos realizado em Frielas, no dia 1 de Novembro de 1401 (era de 1439). O primeiro duque de Bragança, também conhecido como oitavo Duque de Barcelos, nasceu no Castelo de Veiros, no Alentejo.

(1377-14619
Veiros
Cortesia de marcasdascienciasfcul

O dote atribuído pelo rei D. João I consta da carta de doação, datada em Lisboa no dia 8 de Novembro de 1401 (1439): terras e julgados de Neiva, Danque, Parelhal, Faria, Rates, Vermoim, com todos os seus bens e coutos. O dote feito por D. Nuno Álvares Pereira, consistia na vila e castelo de Chaves, com seus termos, terras e julgado de Monte Negro; no castelo e fortaleza de Monte Alegre; terras do Barroso e Baltar; Paços e Barcelos; quintas de Carvalhosa, Covas, Canedos, Seraes, Godinhaes, Sanfims, Temporam, Moreira e Piusada; e nos casais de Bustelo.
O rei D. João I, conjuntamente com a rainha D. Filipa, e com o infante D. Duarte, verificou a doacção, e acrescentou terras em Penafiel, Bastos e Coutos das Vargeas.


Cortesia de imperiobrasileiro
Também D. Nuno Álvares Pereira acrescentou, por carta de 4 de Abril de 1460, confirmada pelo rei D. Duarte, o condado e Vila de Arraiolos, rendas e direitos de Montemor, Évora Monte, Estremoz, Souzel, Alter do Chão, Fermosa, Chancelaria, Assumar, Lagomel, Vila Viçosa, Borba, Monsaraz, Portel, Vidigueira, Frades, Vilalva, Ruivas, Beja, Campo de Ourique, e padroados de S. Salvador de Elvas e Vila Nova de Anços.
O 2º duque, D. Fernando I era filho segundo do 1º duque, sucedendo no ducado por morte do seu irmão. Depois da referida doação de D. Nuno Álvares Pereira, por virtude de escambo realizado em 10 de Novembro de 1424, entre o duque D. Fernando I e sua irmã D. Isabel, e seus descendentes, foram acrescentadas as terras de Paiva, Tendais e Lousada, confirmado em 9 de Dezembro desse ano pelo rei D. Duarte.

«Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos, se perdera, em Veiros, pela filha de Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai: foi D. Afonso I de Bragança ou Afonso de Portugal (nascido em Veiros em 10 de agosto de 1377 e morto em 15 de dezembro de 1461 em Chaves, ali sepultado). Foi feito em 30 de dezembro de 1442 Duque de Bragança, 8° Conde de Barcelos, Conde de Ourém.


Cortesia de wikipédia 

O primitivo Estado e património dos Bragança formou-se com bens e terras com que dotou a filha o condestável D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) 7° Conde de Barcelos. Foi o fundador da casa de Bragança. O senhorio e o ducado de Bragança solicitou-os ao regente D. Pedro, por ocasião de breve reconciliação entre ambos, que lhos concedeu no ano de 1442. Os descendentes foram Duques de Guimarães em 23 de novembro de 1470 e de Barcelos em 5 de agosto de 1562.

Assim se formou a Sereníssima Casa de Bragança. Era então a mais rica de Portugal.

Cortesia de Manuel Inácio Pestana/História de Portugal/Dicionário de História/JDACT