terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cantigas de Santa Maria: Constituem o cancionero religioso medieval da literatura em galego-português, diferenciando-se do profano que era constituído pelas cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal dizer

Ilustração do Códice E
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As Cantigas de Santa Maria são um conjunto de quatrocentas e vinte e sete composições em galego-português, que no século XIII era a língua fundamental da lírica culta em Castela. Encontram-se repartidas em quatro manuscritos, um deles na Biblioteca Nacional da Espanha (Codex To, por Toledo), dois no Escorial (Codex E e T) e o quarto em Florença (Codex F).

Existem dúvidas sobre a autoria directa do rei Afonso X, O Sábio, mas ninguém duvida da sua participação directa como compositor em muitas delas. Walter Mettmann, autor duma edição crítica dos textos das Cantigas, crê que muitas delas podem ser atribuídas ao poeta e trovador galego Airas Nunes, e que Afonso X teria escrito oito ou dez delas.


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As Cantigas de Santa Maria podem se dividir em dois grupos:
  • O primeiro, as «Cantigas de Nossa Senhora», nas quais o tema é formado por louvores à Virgem e é um verdadeiro compêndio de histórias, milagres, e relatos relacionados à Virgem, quer pela sua intervenção directa, quer pelos amores místicos que a sua figura gera nas almas piedosas;
  • segundo, mais reduzido (pois são as cantigas cujo número de ordem é múltiplo de dez), são as cantigas de louvor, poemas mais sérios, profundos, quase místicos, nos quais, em lugar de cantar os milagres da Virgem, se reflexiona sobre ela, como numa oração. Estas adoptam a forma de hinos sagrados como os quais se interpretavam na liturgia, mas que serviram ao mesmo tempo de treino literário e musical nas cortes palacianas e festas profanas, e que daí eram transmitidas pelos jograis.

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