terça-feira, 14 de setembro de 2010

Manhouce: Devido à sua situação geográfica, faz limite entre os concelhos de Vale de Cambra e Arouca, ao mesmo tempo que delimita os distritos de Viseu e Aveiro. Ficou conhecida como «estrada dos almocreves». As cantigas de Manhouce versam três temas fundamentais: o Trabalho, a Festa e as Devoções


Cortesia de olhares
A freguesia de Manhouce fica situada no extremo do concelho de São Pedro do Sul, de cuja sede dista aproximadamente 24 kms, no maciço da Gralheira, (Serra da Freita, Arada, Arestal e S. Macário).

Integram-na o conjunto das seguintes aldeias:
  • Malfeitoso;
  • Muro;
  • Lageal;
  • Vilarinho;
  • Serrandinha;
  • Bestarenga;
  • Sequeiro;
  • Canegal;
  • Vendas;
  • Valongo.
Devido à sua situação geográfica, faz limite entre os concelhos de Vale de Cambra e Arouca, ao mesmo tempo que delimita os distritos de Viseu e Aveiro.
A sua existência é anterior à nossa Nacionalidade, como o atestam monumentos megalíticos e pré-históricos denominados «mamoas».
Tem-se como certo que a região foi habitada pelos Celtas (século VI a.C.) e pelos Romanos, que aqui deixaram as suas marcas, sobretudo na calçada romana, estrada que ligava Viseu ao Porto, passando por aqui. Ainda são terras de São Pedro do Sul, mas quase Arouca, a dois passos de Vale de Cambra, sempre por caminhos de serra. Centro de um polígono de Santos Populares célebres: S. Macário, Santa Mafalda, Senhora da Saúde e até o Sr. da Pedra, lá tão longe à beira-mar.


Cortesia de darasola
Manhouce era atravessado por uma via romana que, saindo do Porto, passava por ali, rumo a Viseu. Sensivelmente a meio caminho entre as duas cidades, esta aldeia era local obrigatório de pernoita de recoveiros e almocreves que por lá passavam e estabeleciam o intercâmbio sócio-cultural entre as gentes do litoral e do interior. Por isso a sua etnografia tem muitas influências do Douro e da Beira Litoral.


Ficou conhecida como «estrada dos almocreves». Foi, no tempo das Invasões Francesas, um ponto de referência importante, devido à sua situação estratégica. Manhouce já foi considerada como a segunda aldeia mais portuguesa. Hoje, encontra-se mais descaracterizada, devido à aculturação sofrida pelas suas gentes. Refere a grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira pessoas ilustres ligadas a Manhouce, como a raínha D. Mafalda, que vivia no Convento de Arouca e fundou uma Albergaria na freguesia, a actual Casa da Barreira.

Cortesia de tradicoeslafoes
O nome da freguesia (topónimo), anda ligado ao «amanho da terra» e a um lugar chamado Couço. Assim «manho», de amanhar (a terra) e Couço, ligado ao lugar, deu «Manhecouço». A outra hipótese e «amanhouce» – (terra amanhada). Qualquer das hipóteses evoluíu para Manhouce, que é o seu nome actual.


Pertence a esta freguesia O Grupo de Cantares que entoa cantigas tradicionais da sua terra e que têm como principal característica serem cantadas a três vozes: «Baixo, Raso e o Riba» sem acompanhamento musical. Outras há que são acompanhadas por uma tocata. Natália Correia, exprime a sua opinião «da magia do coral se eleva, como uma branca auréola musical, a voz puríssima em que se ouve o mergulhar das águas maternas da origem». As cantigas de Manhouce versam três temas fundamentais: o Trabalho, a Festa e as Devoções. A riqueza das suas cantigas foi reconhecida por musicólogos e etnólogos como Armando Leça, Fernando Lopes Graça e Michel Giacometti, que as recolherem, estando algumas registadas no Cancioneiro Popular Português.

http://www.cm-spsul.pt/downloads/percurso_1_int.pdf

Cortesia de brolhares
Cortesia de catrinetasaojuliao
Cortesia de picasaweb
Cortesia de jazzmanel

Cortesia da JFdeManhouce/CMSPedro do Sul/JDACT