sábado, 18 de setembro de 2010

Grazia Toderi: A imagem transforma-se em alegoria de uma percepção particular do tempo. Esse tempo deixa de ser o tempo das nossas referências, que nos desafia para um jogo do reconhecimento e da surpresa, do encantamento e da descoberta

Cortesia de artnet

Grazia Toderi tem vindo a oferecer-nos um imaginário particular onde a cidade e o teatro surgem frequentes vezes como interrogação do nosso entendimento da realidade e da sua representação. Nas cidades e nos teatros de Toderi, a imagem transforma-se em alegoria de uma percepção particular do tempo. Uma Exposição que decorre até ao pf dia 30 de Outubro no Museu Serralves.
Esse tempo deixa de ser o tempo das nossas referências, se bem que encontremos múltiplos referentes nessas imagens que nos desafiam para um jogo do reconhecimento e da surpresa, do encantamento e da descoberta.

Cortesia de nature
O trabalho da artista convida-nos para um território onde a estranheza transgride a condição da representação. É a partir dessa transgressão da representação que o reconhecimento se descobre como uma outra forma de revisitar realidades que pensávamos conhecer, mas que nos surgem transfiguradas por uma espécie de princípio do espelho de Alice: vemos o que identificamos, mas não o vemos da mesma maneira que esperaríamos ver. A imagem que vemos corresponde sempre a algo identificável, mas será nessa sua identificabilidade que reside um princípio de metamorfose dos nossos pressupostos de reconhecimento do mundo.

Your pictures and fotos in a slideshow on MySpace, eBay, Facebook or your website!view all pictures of this slideshow


Cortesia de algumas Galerias de Arte
Das cidades como teatro do mundo ao teatro como configuração de uma cosmogonia, a obra de Grazia Toderi prossegue o seu jogo de espelhos de uma alteridade que surge como uma condição necessária de interrogação da realidade. Um imaginário pode ser um conjunto de imagens mas também um conjunto de ficções que constroem uma identidade.

Cortesia de thub
Construindo dentro da imagem a ficção, Grazia Toderi confronta o espectador com um imaginário que lhe devolve a realidade desse outro lado do espelho onde imagens e arquétipos inesperados se associam em situações onde converge uma memória da cultura como parábola da resistência à consideração acrítica de que «uma imagem, é uma imagem ...». In Produção da Fundação de Serralves, sendo Comissário  João Fernandes.

Cortesia da Fundação Serralves/JDACT