sábado, 25 de setembro de 2010

Clarice Lispector: Escritora brasileira de origem judia nascida na Ucrânia. «Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite».« Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho»

(1920-1977)
Chechelnyk, Ucrânia
Cortesia de macarraocomfeijao

Clarice Lispector, nascida Haia Lispector.  A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa (1918-1921).  Chegou ao Brasil quando tinha dois anos de idade.
Embora com formação em Direito, Clarice Lispector nunca advogou, sobrevivendo basicamente do jornalismo e, acessoriamente, dos trabalhos de tradução. Em 1940, quando ainda frequentava a faculdade, ela ingressou no Departamento de Imprensa e Propaganda para exercer, em princípio, a função de tradutora, mas findou sendo redactora da Agência Nacional. A sua primeira reportagem, «Onde se ensinará a ser feliz», foi publicada em 19 de janeiro de 1941, no Diário do Povo, de Campinas (SP), relatando a visita da primeira-dama da República, Darcy Vargas, a um orfanato feminino. No ano seguinte, ela começou a trabalhar como redactora de A Noite e obteve a carteira profissional como jornalista, profissão que exerceria até dois meses antes de falecer
Durante os anos 50 e 60, Clarice escreveu, sob os pseudónimos de Teresa Quadros, Helen Palmer e como ghost-writer da actriz e modelo Ilka Soares. Os textos tratavam do universo próprio das mulheres da época, dando dicas de economia doméstica, receitas culinárias, saúde e comportamento. Passada esta fase das colunas femininas de contingência, reunidas nos títulos Correio feminino e para mulheres, organizados por Aparecida Maria Nunes, Clarice Lispector teve papel de destaque no Jornal do Brasil, onde foi colaboradora na mesma época que Carlos Drummond de Andrade, assinando uma crónica semanal.
 
Cortesia do globo
Paralelamente, obteve, a partir de 1968, grande sucesso como entrevistadora. Na revista Manchete, onde assinava a rubrica «Diálogos possíveis com Clarice» e, depois, na revista Fatos & Fotos, também pertencente à Editora Bloch, onde a sua derradeira contribuição saiu em Outubro de 1977, menos de três meses antes de sua morte, ocorrida em Dezembro do mesmo ano.
 
A Obra:
  • Perto do coração selvagem;
  • O lustre; 
  • A cidade sitiada;
  • Laços de família;
  • A maçã no escuro;
  • A legião estrangeira;
  • A paixão segundo G.H;
  • ( ... );
  • Água viva;
  • Onde estivestes de noite;
  • A via crucis do corpo;
  • ( ... )

Cortesia de Clarice Lispector       

«Benjamin Moser acaba de fazer 34 anos. Metade da sua vida foi dedicada à brasileira nascida na Ucrânia. A verdade é que esse fascínio nunca parou, ficou cada vez mais intenso. ... transformou-o numa espécie de embaixador, em alguém que está a conseguir dar Clarice ao mudo». In Isabel Coutinho e Maria da Conceição Caleiro, Ípsilon.


Cortesia de Clarice Lispector/Ípsilon/JDACT