segunda-feira, 26 de abril de 2010

Egas Moniz: O Nobel de Fisiologia/Medicina de 1949

(1874-1955)
Cortesia de sol.sapo
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz foi um médico, neurologista, investigador, professor, político e escritor português. Foi galardoado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1949, partilhado com Walter Rudolf Hess.


Exame em Raios X dos vasos sanguíneos do cérebro, utilizando o método – angiografia cerebral – introduzido por Egas Moniz. Um contraste opaco aos raios foi introduzido num dos quatro vasos do pescoço (artéria carótida) que o conduzem ao cérebro. Estado normal (primeira imagem). Um caso de malformação situado na parte parietal do cérebro e provocado por uma artéria dilatada (segunda imagem)
In Nobel e-Museum, Instituto Camões

Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde começou por ser lente substituto, leccionando anatomia e fisiologia. Em 1911 ocupou a cátedra de neurologia como professor catedrático na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. No serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria, Lisboa, existe o  Museu Egas Moniz, onde se pode vislumbrar uma restituição do seu gabinete de trabalho com as peças originais e vários manuscritos de sua autoria.
«Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às artérias do cérebro. A Angiografia Cerebral, que descobriu após longas experiências com raios X, tornou possível localizar neoplasias, aneurismas, hemorragias e outras mal-formações no cérebro humano e abriu novos caminhos para a cirurgia cerebral».
Como investigador, Egas Moniz, contando com a preciosa colaboração de Pedro Almeida Lima, utilizou duas técnicas:

  • a leucotomia pré-frontal;

  • a angiografia cerebral.
Egas Moniz foi proposto cinco vezes (1928, 1933, 1937, 1944 e 1949) ao Nobel de Fisiologia ou Medicina, obtendo o galardão em 1949. A técnica desenvolvida por Egas Moniz, a operação ao cérebro chamada lobotomia, deixou de ser praticada pelos médicos.

A sua actividade política iniciou-se ainda em estudante.Foi defensor activo da liberdade de expressão e pensamento e, em 1908, foi preso por estar envolvido na tentativa de golpe de estado de 28 de Janeiro contra a ditadura de João Franco. Foi eleito deputado em várias legislaturas, fundou de o Partido Centrista, que pretendia unir antigos monárquicos de corrente progressista e republicanos que se afastavam do Partido Evolucionista. Defensor das liberdades públicas e dos direitos individuais, liderou a corrente parlamentar do Partido Nacional Republicano.  Em 1918 foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Sidónio Pais. Após o assassinato de Sidónio Pais, decidiu abandonar a política activa. Publicou a obra «Um Ano de Política», onde expôs os sentimentos e opiniões sobre o seu percurso político.
Passou então a dedicar-se à sua carreira científica.
Morre aos 81 anos em Lisboa.
Cortesia Instituto Camões/Ciências em Portugal
JDACT

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