quarta-feira, 17 de março de 2010

O El Niño: Os modelos físico-matemáticos prevêem uma diminuição

O El Niño, Oscilação Sul (ENSO em inglês) é uma alteração positiva na distribuição da temperatura superficial da água do Oceano Pacífico. Esta anomalia provoca efeitos no clima a nível mundial.
O El Niño tem origem na costa oeste da América do Sul e origina a ocorrência de temperaturas mais altas que o normal no Oceano, normalmente no fim do ano (O Menino, referindo-se, de acordo com os pescadores, ao «Menino Jesus»).
Espera-se que o El Niño continue durante a Primavera no Hemisfério Norte, mas os modelos prevêm uma diminuição das anomalias.
Um El Niño moderado a forte decorreu durante o mês de Fevereiro, com anomalias na temperatura da superfície do do mar (doravante, SST em inglês), excedendo 1,5ºC no Oceano Pacífico Equatorial (ver a imagem em cima). Os valores semanais permaneceram estáveis a +1,2ºC na zona 3-4 do El Niño (5ºN-5ºS, 170ºW-120ºW).   
Uma onda oceânica Kelvin veio aumentar as anomalias do conteúdo calórico na superfície (temperatura média nos 300 metros acima do oceano) e fortalecer os desvios na sub-superfície excedendo +2ºC a uma profundidade de 100-175 m ao longo do Oceano Pacífico Equatorial.
Colectivamente, estas anomalias oceânicas e atmosféricas reflectem o evento moderado a forte do El Niño. No entanto, a maioria dos modelos físico-matemáticos prevêem uma diminuição nas anomalias de SST na região Niño 3-4 para 2010 e a dispersão dos modelos aumenta com o tempo. As anomalias de 3 meses irão diminuir para valores da ordem de +0,5ºC nos meses de Maio-Junho-Julho de 2010, indicando uma transição para El Niño-Neutral durante a Primavera no Hemisfério Norte.
Todavia, vários modelos sugerem a «potencial continuidade das condições fracas»  do fenómeno, enquanto outros prevêem o desenvolvimento das condições da La Niña (fenómeno inverso, arrefecimento da superfície das águas oceânicas).
Deste modo, posso dizer que a diminuição do El Niño e a sua continuidade parece incerto. Espera-se que persistam os impactos durante a Primavera, ainda que as variações de SST equatoriais diminuam, em parte devido ao aquecimento que ocorre entre Abril e Maio.
JDACT/NOAA

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