terça-feira, 16 de março de 2010

Infante D. Henrique: A «Herança» de Sagres




D. Henrique, Infante de Portugal, 5.º filho d'el-rei D. João I, e da rainha  D. Filipa de Lencastre. Foi grão-mestre da ordem de Cristo, duque de Viseu, de entre outros títulos. 
Contava apenas 21 anos de idade quando D. João I determinou armá-lo cavaleiro e aos seus dois irmãos D. Duarte e D. Pedro, com as festas publicas de grande solenidade, segundo o costume daqueles tempos. Mas o infante D. Henrique desejava antes receber as armas em verdadeira guerra, para onde o arrastava a sua inclinação e valor. O monarca louvou-o muito, e quando se pensou na tomada de Ceuta, a maior e a mais fortalecida praça de toda a Mauritânia, os três infantes tomaram parte, distinguindo-se na renhida batalha realizada em 21 de Agosto de 1415, sendo e infante D. Henrique quem ainda mais se distinguiu. Foi o comandante da frota do Porto, e o primeiro que saltou em terra. No dia 25 do referido mes de Agosto seu pai o armou cavaleiro da ordem de Cristo.
(Porto, 1394-Sagres,1460)
D. João I saiu de Ceuta com a armada em 2 de Setembro seguinte, e pouco dias depois ancorou em Tavira, no meio das jubilosas aclamações do povo. Em 1416 ou 1419, fundou uma vila no promontório de Sagres, para onde foi viver. Chamou do estrangeiro um cosmógrafo celebre, Jaime de Maiorga, e auxiliado por ele, entregou-se com fervor ao estudo. A vila ficou conhecida por Vila do Infante, e actualmente tem o nome de Sagres. D. Henrique estabeleceu ali uma escola de cosmografia e de navegação que foi frequentada pelos cavaleiros da sua casa, e por outros homens que se entusiasmavam pelas suas empresas. Ainda que não tivessem a forma regular dum curso aqueles estudos, contudo a conversação do infante, de Jaime de Maiorga, e de outros homens célebres que se agrupavam em redor do filho de D. João I, seria altamente instrutiva para os cavaleiros que os escutavam, e foram os mesmos que depois guiaram as caravelas de D. Henrique nos seus empreendimentos. Na vila, também o infante estabeleceu estaleiros e oficinas de construção naval, e erigiu o primeiro observatório astronómico que existiu em Portugal.
Dentro da povoação havia uma capela dedicada a N. Sr.ª da Conceição, e fora a igreja de Santa Catarina, acima do porto onde desembarcavam os que vinham nos navios, e para que os mareantes que ali morressem, fossem enterrados no cemitério dela. (Um Homem na Bravura e na Sabedoria).
JDACT

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