quarta-feira, 24 de março de 2010

Fundação Cidade de Ammaia: Vencedora do Prémio Vasco Vilalva 2009


O projecto Recuperação e valorização das ruínas romanas da Cidade de Ammaia, um monumento nacional esquecido, promovido pela Fundação Cidade de Ammaia, é o vencedor do Prémio Vasco Vilalva para a recuperação e valorização do património de 2009. Das nove candidaturas apresentadas, o Júri premiou este projecto por unanimidade, destacando «a grande relevância histórica, patrimonial e técnico-científica do projecto de recuperação e valorização de um sítio arqueológico ímpar no panorama nacional».
O Prémio Vasco Vilalva, no valor de 50 mil euros, atribuído anualmente pela Fundação Calouste Gulbenkian para distinguir acções meritórias na área da defesa do património, foi entregue no pp dia 9 de Março no Auditório do Parque Natural da Serra de São Mamede – Quinta dos Olhos d’Água, em Marvão.

A Cidade Romana de Ammaia terá sido fundada em finais do séc. I a.C. e terá sobrevivido enquanto unidade urbana durante seis séculos. Situadas a curta distância da vila de Marvão, estas ruínas formam um dos exemplares mais significativos da civilização romana no Norte Alentejano. Com o intuito de as salvaguardar, foi constituída legalmente em 1997 a Fundação Cidade de Ammaia, proprietária dos terrenos onde se localiza grande parte da área que as ruínas ocupam. A coordenação científica dos trabalhos arqueológicos tem estado desde então a cargo da Universidade de Évora, e como resultado dessa intervenção é hoje possível observar nas ruínas de Ammaia um importante conjunto monumental que inclui o Forum, principal centro da vida política, económica, social e religiosa da região, bem como um complexo termal com diversas estruturas associadas.
No sítio arqueológico foi instituído o Museu Monográfico da Cidade de Ammaia, que apresenta duas exposições com materiais recolhidos ao longo do tempo na cidade. Paralelamente aos trabalhos de escavação e de musealização, a Fundação procedeu também, com o apoio do Museu Nacional de Arqueologia, à implantação de um Laboratório de Conservação e Restauro, equipado com a mais recente tecnologia e que faz com que esta estrutura seja uma das mais bem fornecidas actualmente no nosso país. Este laboratório permitirá efectuar a conservação de praticamente todos os achados da Ammaia e estar aberto a outras entidades, mesmo para o desenvolvimento de trabalhos ligados à formação.
A Fundação Cidade de Ammaia tem tido uma intervenção sobretudo de âmbito local e regional, mas também a nível nacional e internacional, através do estabelecimento de diversas parcerias com instituições públicas e de ensino. No futuro, a Fundação pretende ainda implementar uma rede ligada ao património arqueológico, demonstrando o papel que a cidade de Ammaia teve na época romana, permitindo estabelecer uma visão territorial que abarca grande parte do território do Norte Alentejano.
MLCT/JDACT/Fundação Calouste Gulbenkian

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